Parece um exagero afirmar que certos comportamentos e condutas vindas do CEO da gigante no setor de carros elétricos nos EUA foram o grande responsável por acarretar no atual cenário crítico que vemos na Tesla, mas infelizmente não é.
Sim, estamos falando de Elon Musk. O empresário de 53 anos, hoje também conselheiro oficial do presidente dos EUA, Donald Trump, que viu sua marca ser ultrapassada violentamente por uma outra gigante do setor automotivo, a chinesa BYD Auto.
A empresa reportou uma receita de US$ 107 bilhões em 2024 enquanto a Tesla somou US$97,7 bilhões. Além disso, houve um aumento de 34% no lucro líquido da montadora chinesa no último ano, colocando-a no topo do mercado de carros na China.
Os dados são impressionantes e claro que é possível dizer que há enorme mérito em todo o trabalho de comunicação que culminou para que a percepção sobre os carros chineses pudesse melhorar com o passar do tempo, mas existem outros aspectos nessa história que precisam ser analisados também.
O governo que Musk tanto apoia tomou recentes medidas protencionistas que devem afetar alguns setores industriais. As medidas tarifárias para barrar mercados estrangeiros como a China, por exemplo, podem também prejudicar exportadores norte americanos como a Tesla.
Até porque, retaliações do lado dos países tarifados já estão sendo estudadas e é nesse momento que Elon Musk pode se encontrar numa situação econômica complicada.
Também é preciso dizer que desde que Trump assumiu a presidência pela segunda vez, as ações da Tesla sofreram uma queda de 50%, além de uma enorme quantidade de clientes da marca que decidiram vender seus carros por não compactuarem com as decisões políticas assumidas por seu CEO.
Estamos falando de um fenômeno que ultrapassa aspectos de branding, e chega a se tornar algo cultural e ideológico. É um caso bastante curioso onde o grande representante da empresa reafirma o impacto de sua imagem pública e como tudo isso pode virar uma pedra em seu sapato, deixando o caminho mais desafiador para ele e de repente ainda mais promissor para seus concorrentes.
É também um fato que algumas marcas não conseguem ser desassociadas de seus CEOs, talvez porque foram construídas e apoiadas em sua imagem, o que não é necessariamente ruim. A lista de marcas profundamente associadas a seus fundadores é tão grande quanto a receita da BYD, e a inconstância moral de alguns empresários mudam o rumo econômico de suas empresas, eles querendo ou não.
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